O Cantor Cristão é um hinário (um livro contendo um conjunto
de hinos, músicas cristãs tradicionais de várias épocas) da Igreja Batista
publicado pela Juerp (Junta de Educação Religiosa e Publicações/criada pela CBB
- Convenção Batista Brasileira, em 1907). Em sua totalidade o Cantor Cristão
contém 581 hinos de edificação a Deus.
Hinário das Igrejas Batistas do Brasil - O Cantor Cristão é uma rica herança
pertencente aos batistas brasileiros. O hinário, o segundo dos evangélicos
brasileiros (o primeiro, "Salmos e Hinos", foi publicado em 1861),
publicado em 1891 e a sua edição inicial continha somente 16 hinos, compilados
por Salomão Luiz Ginsburg (1867- 1927), auxiliado pelo missionário metodista
George Benjamin Nind (1860-1932), que trabalhou em Pernambuco (1882-1892).
As edições se sucederam, sendo sempre acrescidas de hinos novos. Em 1921 saiu a
17ª edição do hinário, já com 571 hinos, dos quais 102 eram de autoria ou
tradução de Salomão Luiz Ginsburg (nascido na Polônia em 6 de agosto de 1867 -
chegou no Brasil em 31 de março de 1927/ foi um ministro evangélico e um
missionário batista no Brasil). Três anos mais tarde, em 1924, o hinário saiu
pela primera vez com música, pois até então só continha as letras com os hinos.
Desde que Salomão Luiz Ginsburg editou o Cantor Cristão em 1891, muitas outras
pessoas ilustres tem prestado a sua colaboração. Willian Edwin Entzminger (72
hinos), Henri Maxwell Wright (61 hinos), Manoel Avelino de Souza (29 hinos) e
Ricardo Pitrowsky (23 hinos) são os que mais letras ou traduções fizeram no
atual Cantor Cristão.
Salomão Ginsburg chegou ao Brasil no dia 10 de junho de 1890. Este judeu
convertido deu uma das mais notáveis contribuições dos batistas brasileiros, O
Cantor Cristão, publicado em primeira edição em 1891 (somente um ano após a sua
chegada). No atual Cantor, 104 hinos levam o nome de Salomão Ginsburg, a
maioria destes sendo traduções. Mesmo hoje, no Hinário para o Culto Cristão, há
30 hinos que levam o nome de Ginsburg.
William Edwin Entzminger, que serviu no Brasil nos anos 1891-1930 é outro
missionário que grandemente contribuiu para a hinódia dos batistas brasileiros.
No atual Cantor Cristão, há 72 hinos assinados por ele, sendo 16 destes
originais. O Hinário para o Culto Cristão ainda retém 21 hinos de Entzminger. O
amor deste missionário pelo Brasil se salienta em dois hinos dele que são os
mais cantados por nosso povo.
Um destes é “Minha Pátria para Cristo”, hino que o saudoso pr. José dos Reis
Pereira chamou “A Marselhesa dos batistas brasileiros”. O outro hino também tem
um teor patriótico. Realmente, é uma experiência inesquecível ouvir uma
congregação de batistas brasileiros cantar com seu incomparável entusiasmo,
“Ah! Se eu tivesse mil vozes para o Brasil encher com os louvores de Cristo,
que singular prazer!”
Outros missionários que também cooperaram com o Cantor Cristão foram Robert
Neighbor, que atuou no Brasil somente de 1893-1895, mas contribuiu com cinco
traduções e um hino original. Arthur Beriah Deter (1901-1940), quatro
traduções; Albert L. Dunstan (1900-1937), três traduções; Otis Pendleton Maddox
(1905-1945), uma tradução.
Uma das bênçãos que Deus nos deu e que jamais podemos abandonar é o nosso amado
Cantor Cristão. Eu acredito que os hinos do Cantor Cristão nos trás
maravilhosas e gratificantes mensagens, e certamente foram escritas e deixadas
a nós, por homens inspirados pelo Espírito Santo de Deus, em seus momentos de
angústias e tribulações; e também em momentos dos quais precisavam tomar
decisões que dependiam só e unicamente da vontade de Deus.
Não se trata de um substituto da Palavra de Deus, mas é sim,
sem dúvida alguma, um complemento que nos fala do verdadeiro amor de Cristo,
dos verdadeiros cristãos, das nossas falhas, do modo como devemos proceder
estando na posição de servos livres do Senhor, de como podemos ser santos. São
hinos extraídos e baseados na Palavra de Deus.
A 36ª edição é histórica, pois pela primeira vez o Cantor Cristão saiu
completamente documentado e com vários índices que farão dele um hinário muito mais
útil.
Nos fins do ano de 2004, quando a JUERP começou a programar a celebração que
deveria marcar o ano de 2007, com o centenário da Convenção Batista Brasileira,
esta direção resolveu encomendar à sua área de música, uma nova edição do
"Cantor Cristão", edição 37ª, pois afinal, 35 anos teriam se passado
desde a última revisão feita.
Que o Cantor Cristão seja útil para o engrandecimento do evangelho nesta grande
nação brasileira.
1ª. edição – 1891 - com 16 hinos lançada em julho/agosto de 1891, em Recife (PE).
1ª. edição – 1891 - com 16 hinos lançada em julho/agosto de 1891, em Recife (PE).
2a. edição – 1891 - Com 23 hinos, lançada em novembro de 1891, em Salvador
(BA).
4ª. edição – 1893 - Com 63 hinos, lançada em Niterói (RJ), em setembro de 1893.
5a. edição – 1894 - com 113 hinos, impressa na Tipografia Evangélica Batista,
em Salvador (BA).
6ª. edição – 1896 - Ginsburg trabalhou em Campos (RJ) de outubro de 1893 a
setembro de 1900. Com 153 hinos, lançada em Campos (RJ).
7ª. edição – 1898 - com 210 hinos, impressa na Tipografia "As Boas
Novas", em Campos (RJ).
8ª. edição – 190l - lançada com os 210 hinos da 7ª. edição, acrescida de 15
hinos de Ira David Sankey (1840-1908); esgotada em setembro de 1902.
9ª. edição – 1902 - com 224 hinos. No prelo, em setembro de 1902; lançamento
anunciado para dezembro de 1902; esgotada em agosto de 1903.
10ª. edição – 1903 - Editada pela Casa Publicadora Batista, no Rio de Janeiro
(DF), com 225 hinos. Os exemplares do "Cantor Cristão" foram
depositados nas residências dos missionários J. J. Taylor, A. L. Dunstan, Z. C.
Taylor, S. L. Ginsburg, Eurico Nelson e J. E. Hamilton.
11ª. edição – 1907 - Desde outubro de 1906 preparada por Ginsburg em Recife
(PE), que solicitou aos leitores de OJB hinos novos para o "Cantor
Cristão". Com 300 hinos e respectivo índice, pronta para impressão em
fevereiro de 1907; lançada em junho de 1907, por ocasião da organização da
Convenção Batista Brasileira; quase esgotada em fevereiro de 1910; de Recife
(PE) foi enviada ao Rio de Janeiro (DF) para ser impressa na Casa Publicadora
Batista. De 1900 até outubro de 1909, Ginsburg trabalhou no campo batista
pernambucano.
12. edição – 1911 - Durante os dez primeiros anos de OJB (1901-1911) somente a
letra dos hinos era publicada. No início da década de 1910 começaram a surgir
as letras com as respectivas músicas, enquanto não era possível publicar a
edição musicada do "Cantor Cristão", o que só aconteceria em 1924.
Com 400 hinos, preparada por Ginsburg, em Salvador (BA), desde janeiro de 1910.
Com os lucros da edição, Ginsburg planejava publicar o "Cantor Cristão com
Música". Ficou a 12ª. edição pronta para impressão em fevereiro de 1911.
Em março deste ano, foi lançado um "Suplemento", com 70 hinos,
anunciado em "A Mensagem", p. 29. Editada em Salvador (BA), mas
impressa no Porto (Portugal), com índice dos assuntos, a 12ª. edição foi
distribuída na assembléia da Convenção Batista Brasileira, em Campos (RJ), em
junho de 1911, quando Ginsburg foi eleito relator da Comissão de Elaboração da
edição musicada do hinário, integrada por W. E. Entzminger, O. P. Maddox, E.
Paranaguá e A. Joyce. A Convenção Batista Brasileira adotou oficialmente o
"Cantor Cristão" como hinário da Denominação Batista no Brasil. O
"Cantor Cristão com Música" seria impresso na Alemanha, num formato
semelhante ao do "Salmos e Hinos".
Ginsburg tinha informado, no periódico da Comissão de Evangelização da Bahia
("A Mensagem", p. 46) que os originais da 12ª. edição achavam-se nas
oficinas gráficas em Portugal e comentou: " ... os hinos passaram ao
cadinho de uma crítica rigorosa e, desse modo, estão, sob o ponto de vista
doutrinário, dignos de apreciação ... as métricas e linguagem dos hinos
correspondem a toda expectativa ... o belo arranjo do índice de assuntos
auxiliará muito aos diretores das reuniões".
Em 20 anos (1891-1911) foram vendidos 65 mil exemplares do "Cantor
Cristão" para 10 mil membros em 140 igrejas batistas existentes no Brasil.
Na década 1911-1920 dobrou o número de batistas no Brasil. A década de maior
crescimento numérico dos Batistas correspondeu à década de maior número de
letras e/ou músicas de hinos publicadas em "O Jornal Batista" ! Em
1920, a tiragem semanal de OJB era de 5 mil exemplares!
13ª. edição – 1912 - Em fevereiro de 1912, Salomão Luiz Ginsburg (1867-1927)
foi a Portugal para contratar com a Tipografia "Mendonça" (Porto,
Portugal) a impressão desta edição.
14ª. edição – 1914 - Enquanto não ficava pronta, foi lançado um folheto com 42
hinos no vos. Editada com 450 hinos no Rio de Janeiro (DF), mas impressa no
Porto (Portugal). Pela segunda vez, o "Cantor Cristão" continha
índice de assuntos.
Na assembléia da Convenção Batista Brasileira, no Rio de Janeiro, em junho de
1914, foi distribuído um "Souvenir" com hinos publicados em "O
Jornal Batista". Nessa assembléia foi eleita a Comissão do Hinário: S. L.
Ginsburg, W. E. Entzminger e O. P. Maddox; revisores gramaticais: Adalbert
Nicholl e Amelia Joyce; Ginsburg reeleito para a relatoria; eles confessaram:
"ainda não é o que almejávamos que fosse".
Foi anunciada a impressão do "Cantor Cristão com Música", a ser
lançado na assembléia da CBB em 1915; a eclosão da Primeira Guerra Mundial
(1914-1918) prejudicou os planos de Ginsburg.
15ª. edição – 1917 - Anunciado o lançamento para o fim do ano de 1916 ou
princípio de 1917. Ginsburg afastou-se da Comissão do Hinário, possivelmente
por discordar de Entzminger a respeito da edição do "Cantor Cristão com
Música"; eles trabalharam juntos (1914-1920) na administração da Casa
Publicadora Batista, mas nem sempre concordaram na elaboração do hinário.
16ª. edição – 1918 - Preparada em plena Primeira Guerra Mundial. Impressa com
500 hinos nas oficinas gráficas da Casa Publicadora Batista, no Rio de Janeiro
(DF). Esgotada em outubro de 1919.
17a. edição – 1921 - A CBB tinha convidado, em 1920, Manoel Avelino de Souza,
Ricardo Pitrowsky e Emma Paranaguá para a revisão das letras dos hinos e a
publicação desta edição; com a substituição de E. Paranaguá por W. E.
Entzminger, foi feita nova revisão. Continha 571 hinos. Foram impressos 15 mil
exemplares. Lançada em março de 1921; esgotada em dezembro de 1922.
18a. edição – 1924 - Precedida pela coletânea de hinos evangelísticos, a ser
usada até a publicação da 18ª. edição, esta estava em preparo desde 1922;
continha só letras de 578 hinos. Impressa e lançada no Rio de Janeiro (DF).
1a. edição com música – 1924 - Planejada durante 13 anos (1911-1924). Em 1922
foram comprados os tipos com sinais musicais. A Casa Publicadora Batista
encarregou Ricardo Pitrowsky de preparar a la. edição com música; ele
apresentou proposta de emendas das letras dos hinos. Desde 1922 estava sendo
impressa, por partes, nas oficinas gráficas da CPB, no Rio de Janeiro (DF).
Continha 578 hinos. Em fevereiro de 1923 foi lançado o primeiro fascículo, com
51 hinos.
2ª. e 3ª. edições com música – 1930 e 1935 - Como ensinou Henriqueta Rosa,
"edição é o lançamento de uma obra; se esta sofrer revisão e/ou acréscimo,
e for reeditada, será uma nova edição; porém, se se tratar de uma simples
reimpressão em tudo idêntica à anterior, sem qualquer alteração, será denominada
tiragem". Por não termos em mãos estes hinários de 1930 e 1935, não
estamos em condições de saber se eram realmente edições ou tiragens.
28ª. e 29ª. edições – 1941 e 1954 - Idem, em relação aos hinários de 1930 e
1935.
30ª. edição – 1956 - Ainda com 578 hinos, editada pela Casa Publicadora Batista
e impressa em suas oficinas gráficas (Rua Silva Vale, 781, Tomaz Coelho), no
Rio de Janeiro (DF).
31ª. edição – 1958 - Conforme determinação da assembléia convencional de 1958,
foi distribuída entre líderes da CBB para apreciação em caráter experimental.
Editada e impressa pela Casa Publicadora Batista. A Comissão Revisora (Manoel
Avelino de Souza, Ricardo Pitrowsky, Moysés Silveira e Alberto Portella) propôs
à CBB que no "Cantor Cristão" fossem conservados 460, sendo
suprimidos 118 hinos da 18ª. edição (1924); a revisão não foi bem recebida;
durante 13 anos (1958-1971), o "Cantor Cristão" ficou praticamente
intocado e desconhecido pelo público batista.
32a. e 33ª. edições - Entre 1958 e 1963, houve circulação restrita aos líderes
da Convenção Batista Brasileira.
34ª. edição – 1964 - Com 580 hinos, tendo sido elaborada por Manoel Avelino de
Souza e Ricardo Pitrowsky, foi revista por Werner Kaschel, José dos Reis
Pereira e Mário Barreto França, em janeiro de 1963, para corrigir a linguagem e
atualizar a ortografia. Impressa pela CPB no Rio de Janeiro.
35ª. edição - Não sabemos se era realmente uma edição ou uma tiragem. As
sucessivas impressões, que alteraram os textos dos hinos, talvez não possam ser
consideradas edições. Em 1968, Joan Riffey Sutton fez intensa pesquisa
hinológica.
36a. edição – 1971 - Elaborada pela Comissão integrada, até 1962, por Manoel
Avelino de Souza (1886-1962) e Ricardo Pitrowsky (1891-1965), foi revista por
Werner Kaschel, José dos Reis Pereira e Mário Barreto França, assessorados por
Bill Ichter na parte da documentação. Continha 581 hinos. Editada pela JUERP e
impressa na CPB, no Rio de Janeiro (RJ). Características: acréscimo de índices
e documentação hinológica.
Na "Apresentação", redigida em julho de 1971, Bill Ichter informou:
"os hinos estão todos com ortografia atualizada". A lei no. 5.765,
sancionada em 18 de dezembro de 1971, aprovou alterações na ortografia da
língua portuguesa. Observação: com a supressão de quatro hinos e adaptação na
letra de 17 hinos, a 36ª. edição do "Cantor Cristão" foi adotada, em
1974, pela Convenção Baptista Portuguesa.
4ª. edição com música – 1971 - Publicada sob a supervisão do Departamento de
Música da JUERP, dirigido por Bill Ichter, que foi auxiliado por Henriqueta
Rosa Fernandes Braga, Antônio Azeredo Coutinho e Ivo Augusto Seitz. Impressa
pela CPB. Continha 581 hinos e 8 índices. Reproduzia as músicas e as letras da
34ª. edição (1964). Características: correção da harmonia e introdução de novos
termos musicais e novos cabeçalhos.
37ª. edição – 2007 - Editada pela JUERP (Rio de Janeiro, RJ) e impressa pela
Geográfica (Santo André, SP). Contém 581 hinos. Lançada em janeiro de 2007.
Preparada pela comissão integrada por Leila Christina Gusmão dos Santos
(relatora), Marilene Coelho (letras) e Marcelo Yamazaki Carvalho
(musicografia). Talvez a mais importante tarefa tenha sido a verificação da
métrica dos hinos.
Fonte: www.letras.com.br